Dados fevereiro/2021

A lembrança associativa de um Sindicato Patronal com “negociação trabalhista” é bastante natural, visto que essa é de fato uma marcante tarefa desse órgão e provavelmente está na raiz de sua criação.

Entretanto, o papel no consenso salarial com seus colaboradores não é sua única função. Cabe ao Sindicato Patronal como uma união de forças de empresas de determinado segmento empresarial, utilizar de sua posição para estimular a capacitação técnica e científica dos indivíduos que constituem a força de trabalho das empresas que o mesmo representa.

No caso do SINAMGE, temos como particularidade e ao mesmo tempo desafio, a existência de determinadas áreas de atuação dentro das empresas de Medicina de Grupo, cujos profissionais não possuem disponível um modelo de formação profissional direcionada, ainda que em diferentes formatos (Faculdades, Cursos técnicos, Matérias dentro de cursos superiores, Pós Graduações,etc.). Poucas são as opções disponíveis e quando existem carecem da consistência e solidez da visão prática, se atendo mais em concepções teóricas do assunto e fazendo dos conteúdos realmente úteis uma exceção.

Como exemplo temos o setor de “Credenciamento e Gestão de Redes” de uma Operadora de Saúde. Nessa área é comum termos pessoas cujos conceitos que se julgam suficientes sobre o tema se limitam a tabelas, valorações, codificações e capacidades de redigir contratos. E não há incompetência por limitação das pessoas nesses casos.
Outra área sensível é a da “Auditoria em Saúde” dentro das Operadoras. Não existe tal assunto ou enfoque que faça parte dos currículos das Faculdades de Medicina e Enfermagem. E como já dito há escassez na oferta de educação formal no mercado sobre o assunto.

É fato que a experiência prática nessas atividades é muito relevante para solidificar o conhecimento específico de um colaborador, mas o que vemos na rotina diária são pessoas com grande potencial de crescimento, mas que não se desenvolvem, pois a falta do embasamento e de compreensão adequada prévios não permitem que a experiência da prática seja aproveitável. E o pior: justamente pela falta da disponibilidade ampla desse conhecimento formal de qualidade, o colaborador se vê cercado por outros colegas que também não conseguem auxiliá-lo em sua formação. É um ciclo vicioso que frustra tanto aqueles que se esforçam ao tentar desempenhar suas funções, como a Operadora de Saúde que precisa de um profissional qualificado.

Sendo assim, visando uma melhor qualidade no serviço prestado ao seu usuário de plano de Saúde no que diz respeito ao funcionamento otimizado da Operadora que fornece esse produto, reforço aqui o papel preponderante do nosso Sindicato Patronal.

O SINAMGE deve ser o fomentador de questionamentos e promovedor junto às empresas que representa, da conscientização das mesmas de que atingir a excelência em seus serviços prestados passa sem sombra de dúvida, pelo protagonismo que as Operadoras de Saúde devem ter na capacitação de seus profissionais.

Boletim Sinamge Ano 2 edição 2