Os números em torno da saúde mental são preocupantes. Se o aumento da procura por ajuda nos planos de saúde estivesse relacionado somente à maior conscientização sobre como lidar com essas doenças e à diminuição do estigma em torno de quem apresenta os transtornos, certamente haveria motivos para comemorar. No entanto, não há comprovação de que as causas sejam somente essas. Pelo contrário, especialistas acreditam que as pressões do estilo de vida moderno, com pouca qualidade especialmente nos centros urbanos, são determinantes para a escalada da depressão e da ansiedade, apenas para citar dois dos quadros mais comuns.
Incentivadas pela ANS, as operadoras começaram um movimento há alguns anos criando programas específicos para a saúde mental. Passaram a monitorar os indicadores deste tipo de atendimento e buscam oferecer acolhimento e cuidados adequados aos beneficiários. Estes, por sua vez, esperam cada vez mais que a prestação de serviço em relação à saúde mental evolua e se torne um diferencial dos planos de saúde, como revela recente pesquisa do Datafolha. Em nossa reportagem de capa, trazemos percentuais relativos ao aumento do atendimento e também cases de como algumas empresas do setor têm encarado o desafio.
Nas páginas azuis, um brasileiro que estuda e atua no sistema de Saúde do nosso País a partir da perspectiva do Banco Mundial explica em detalhes qual o tamanho do subfinanciamento do SUS, por que esta discussão impediu que o debate sobre políticas públicas em saúde avançasse durante décadas e quais são os reais problemas de gestão. O especialista também ressalta o papel estratégico da atenção primária e em que direção o Brasil caminha nesta seara. Momento spoiler: há boas e más notícias.
Outro tema que permeia as discussões do setor, e abordamos nesta edição, são as parcerias com as healthtechs. As soluções inovadoras buscadas por operadoras de saúde perpassam diversas abordagens e ferramentas, desde aquelas mais voltadas aos hospitais quanto às que dizem respeito ao atendimento do paciente quando entra em contato com o plano ou ao que ele faz em casa e no seu dia a dia envolvendo a sua saúde. De incentivo a hábitos saudáveis a big data, de unificação de demandas em um só sistema a dados preditivos voltados aos grupos específicos de pacientes, os investimentos em startups são tão heterogêneos quanto estratégicos.
A tecnologia também é protagonista na reportagem sobre odontologia. Mais uma vez trazendo à tona cases de empresas do setor, mostramos como a venda online de planos odontológicos tem favorecido a expansão desses produtos [4]. As plataformas digitais facilitam a rotina dos corretores e potencializam o alcance da sua atuação, ao mesmo tempo, que conferem autonomia ao beneficiário na hora de se informar sobre saúde bucal e escolher o plano mais adequado às suas necessidades.
Boa leitura!